quinta-feira, 10 de março de 2011

A procura da Teoria do Tudo

é tão fascinante que se torna inquietante. A tentativa de conciliação da teoria da relatividade geral de Einstein com a mecânica quântica. A primeira explica-nos os movimentos no "mundo do grande" e postula a sua previsibilidade. Por outro lado, a segunda explica-nos os movimentos no "mundo do muito pequeno" e advoga a sua imprevisibilidade através do Princípio da Incerteza (quanto mais sabemos sobre a velocidade de uma partícula, menos sabemos sobre a sua localização e vice-versa).

A Teoria do Tudo conseguiria resolver esta equação impossível. Explicar-nos-ia todos os movimentos simultaneamente à escala muito grande e muito pequena e daria um passo decisivo para a compreensão da evolução do Universo. Constituir-se-ia como a equação fundamental do Universo para os ateus ou como a Mente de Deus para os crentes.

Olho para esta busca como um dos mais nobres desígnios humanos. Por todo o mundo, há mais de três décadas que muitos milhares de cientistas procuram (um)a resposta. Mentes brilhantes investem vidas inteiras nesta tarefa ciclópica, desenvolvendo teorias de cordas, membranas, etc., etc., etc.

Saber se algum dia teremos essa resposta, positiva ou negativa, é impossível dizê-lo neste momento. Mas é possível indagar-mo-nos sobre quais seriam as consequências dessa descoberta. O que representaria para a nossa civilização encontrar uma teoria/equação como esta?

Crêem os cientistas que a Teoria do Tudo nos forneceria os dados para compreender a origem do Universo. Impressionantemente, as melhores aproximações feitas até hoje "empurram-nos" para o conceito de Multiverso. No Multiverso existem diversos universos que se criam uns a partir dos outros, ligados através de uma espécie de cordão umbilical. A confirmar-se esta hipótese o lugar do Homem no Universo volta a sofrer um enorme revés. Primeiro o Universo deixou de girar à nossa volta, para girar à volta do Sol. Depois, descobrimos que o nosso Sol ocupa um papel secundaríssimo no nosso Universo e que a nossa Galáxia é uma entre centenas de milhar de milhões. Agora o nosso Universo passa a ser um entre milhares de milhões...

Acredito que a cada dia que passa estamos mais perto de encontrar essas respostas e acredito que as consequências de um achado como este são bastante difíceis de prever. Mas acredito também que a procura em si é tão bela como as próprias respostas. E estas, por muito difíceis que sejam, contribuirão para o nosso melhor auto-conhecimento, enfim, para a resposta às questões "Quem somos, donde vimos, para onde vamos". Porque what does not kill you, makes you stronger...