sexta-feira, 15 de abril de 2011

Maratona





Vinte e três horas. Fecho os olhos. Adormeço. Vazio... Seis da manhã, acordo. Sinto a adrenalina no corpo. Nos braços. Nas pernas. É hoje. Finalmente. Quinhentos quilómetros depois. Vestir. Não esquecer nada. Comer, qualquer coisa. Está quase. Partida! Tanta gente... Ao km 6 paro. Não cabem todos na curva. No 10 o João começa a coxear. Não vai conseguir acabar. Passa-lhe. Adiante. Ao 15 sinto que ainda não começou. Tanta gente à minha volta. Aos 20 cai um velho. Cabeça no chão. Dor. Correm ao nosso lado deficientes em cadeiras puxados por amigos. Arrepiante. Aglomeram-se mensagens de apoio. "Courage Papa". Emociono-me. Aos 29, o segundo melhor momento do dia. Ali estão elas. As três. Era o que precisava. Há pessoas inanimadas nas bermas. As pessoas incentivam-nos. Chamam-nos pelo nome próprio. Não acredito. O João degladia-se com o joelho. O Ricardo com cãimbras. O meu coraçäo parece que vai saltar do corpo. Não exageres...já falta pouco. Força. Estamos quase. Já vemos a meta. Faltam 200 metros. O Ricardo deita-se no chão com as pernas petrificadas. Ajudamo-lo. As pessoas gritam-nos. Força. Levanta-se. Damos as mãos. Erguemos os braços. Corremos até à meta. Acabou. Obrigado manos.

4 comentários:

  1. De arrepiar :)
    Mais uma vez (a última) Parabéns aos 3 manos!!!!

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  2. Tanto sacrifício mas valeu a força de todos os três.

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  3. Cheguei aqui através de um link para o teu post "Cada macaco no seu galho" que encontrei no mural de um amigo no Facebook. Pela foto e pelo apelido pensei que talvez fosses o irmão do Ricardo, ex-colega da turma de Desporto da D.Pedro V. Com este post, confirmei as suspeitas.
    Parabéns pelo blog e manda um beijinho e um abraço da ioLa ao teu irmão ;o)

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