quinta-feira, 9 de junho de 2011

High-tech


Acordamos com um despertador, acendemos as luzes, aquecemos algo num micro-ondas, conduzimos o nosso carro, falamos ao telemóvel, guiamo-nos por um GPS, trabalhamos no nosso computador pessoal, ouvimos música no leitor de MP3, vemos televisão, entretemo-nos, como eu agora, com um iPad.

Vivemos rodeados de tecnologia. Por todo o lado.

Vivo esta dicotomia da pura essência da natureza humana, livre da tecnologia, e ao mesmo tempo da sua inevitável "tecnologização".

Quem não percebe o luxo dessa liberdade?

Acordamos com o cantar dos galos, o Sol raia nos nossos olhos, numa fogueira aquecemos algo para comer, damos um passeio a pé por um rio, pomos a conversa em dia com um amigo, trabalhamos o campo, ouvimos os pássaros cantar, contemplamos o céu, entretemo-nos a contar estrelas.

Momentos cada vez mais raros e valiosos em pura comunhão com a natureza.

Hoje é diferente. A necessidade de comunicar melhor e a pretensa procura de um melhor bem-estar, inundaram-nos de equipamentos e acessórios sem os quais já não conseguimos viver. Não mesmo? Não.

O ser humano é um ser complexo. Evoluímos de seres unicelulares para aquilo que somos hoje, com um vertiginoso crescimento em complexidade. É esta complexidade que nos torna seres inteligentes e que volta a potenciar a nossa complexidade.

Seremos cada vez mais inteligentes, complexos, tecnológicos...
Seremos cada vez menos humanos...tal como nos conhecemos hoje.

Na futura selecção natural sobreviverão os que se conseguirem adaptar melhor tecnologicamente. A simbiose Homem-Máquina tenderá para a perfeição. Em 3 milhões de anos evoluimos de seres primatas para o que somos hoje. Num Universo sem esperança média de Vida definida, quem seremos nós dentro de 3 milhões de anos? E em 10? E 100? Parece muito tempo? Nao é seguramente se nos lembrarmos que o universo tem cerca de 15 mil milhões de anos.

Entretanto o meu iPad está a ficar sem bateria. Lembra-me que sou humano, que a máquina não é auto-suficiente e que eu também preciso de dormir.

4 comentários:

  1. às vezes irrita-me o tempo que se perde com tanta tecnologia que, vendo bem, não nos faz assim tanta falta. e por causa disso às vezes é bem capaz de nos passar muita coisa ao lado. falo eu, uma viciada em tecnologia tb. mas que bem que me sabem aqueles 15 dias de férias em que me desligo disso tudo! dou atenção ao que realmente importa. e contra mim falo. : )
    besito.

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  2. Pois é uma verdade que infelizmente vamos vivendo.

    Somos muito mais tecnológicos do que ambientais.

    Mas também depende de nós lutarmos contra esta tendência e sobretudo proporcionr aos nossos filhos vivências no exterior, priveligiando a parte humana em detrimento da tecnológica, apesardas Nintendos e afins.....

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  3. Quem sabe inventar um dia internacional high-tech-free. Já que há dias internacionais para tudo...

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  4. Também sou dependente de tamanha tecnologia. Enfim, vamos vivendo,
    e que não te falte tempo para continuares a escrever. Fazes muito bem e eu adoro ler o que escreves.

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